A Origem da Bruxa: História, Cultura e Modernidade

Bruxas

Introdução

Um estudo sobre bruxas e feiticeiras é uma jornada fascinante que atravessa a história, a antropologia e a linguística. Longe de ser um conceito único, a figura da bruxa se transformou radicalmente ao longo do tempo, assumindo diferentes papéis e significados em diversas culturas, até chegar na modernidade.

Devido a tamanha confusão sobre o que é bruxa, feiticeira, trato aqui sobre algumas diferenciações, significados e semânticas para fins de conhecimento e esclarecimento.

O papel da mulher na antiguidade e a confusão de termos

No período neolítico, época dos caçadores e tribos, as mulheres tinham um papel de liderança e centralidade na comunidade. Como detentoras do conhecimento sobre plantas, medicina e ciclos da natureza, elas eram as curandeiras e sacerdotisas que guiavam as tribos. Sua conexão com a fertilidade, tanto da terra quanto da linhagem humana, era reverenciada, e elas eram vistas como mediadoras entre o mundo material e o espiritual. Nesse contexto, a palavra mais adequada para descrevê-las é sacerdotisa, pois reflete seu papel sagrado e socialmente aceito.

Por que “sacerdotisa” é a escolha mais precisa do que bruxa?

Contexto espiritual e religioso: Essas mulheres tinham uma profunda ligação com o espiritual e atuavam em rituais e previsões. O termo sacerdotisa se refere exatamente a uma mulher com autoridade religiosa e que atua como mediadora entre o mundo terreno e o divino.

Função de liderança: Elas eram as “anciãs que obtinham uma profunda ligação com o espiritual e orientavam a tribo. A figura da sacerdotisa carrega a ideia de liderança e de um papel central na comunidade.

bruxa

O papel das mulheres que cultuavam divindades nas civilizações antigas

Nas sociedades pré-históricas e nas civilizações da Antiguidade Clássica, como Grécia e Roma, o termo mais adequado para descrever as mulheres que cultuavam divindades pagãs e praticavam rituais é sacerdotisa e não bruxas. Elas não eram figuras marginalizadas, mas sim líderes religiosas e detentoras de um poder espiritual e social legítimo. Porém, há de se considerar que “..no campo histórico-antropológico, “bruxaria” era usado como sinônimo de todas as práticas de feitiçaria ao longo da história, funcionando como sinônimo de magia, feitiçaria e animismo” Fonte: A História da Bruxaria – Tradição Caminhos das Sombras

Sacerdotisas na Grécia e em Roma: Essas mulheres serviam em templos, dedicados a divindades como Hécate (deusa da encruzilhada e da magia), Diana (deusa da caça e da lua) e Vesta (deusa do lar e do fogo sagrado). Elas realizavam rituais, faziam previsões e atuavam como mediadoras entre os mortais e os deuses. Algumas, como as do Oráculo de Delfos, eram consultadas por reis e líderes.

A prática da Magia: Muitas dessas sacerdotisas também praticavam a feitiçaria, que na época era vista como uma habilidade, não como um crime. Elas manipulavam ervas, faziam poções e encantamentos para cura, proteção ou amor.

A bruxa na Idade Média e as perseguições históricas

A visão da mulher do campo que cultuava deuses pagãos na antiga Europa mudou drasticamente durante a Renascença e a Reforma, é a partir daí que as bruxas como conhecemos hoje vão começar seu caminho. A Igreja, em ascensão e buscando consolidar seu poder, começou a estigmatizar as práticas de feitiçaria e as tradições pagãs. O que antes era considerado sabedoria ancestral passou a ser visto como uma ameaça. A figura da mulher que tinha conhecimentos de ervas, feitiços, unguento, oráculos, que cultuava a natureza com celebrações nas estações, que antes representava a conexão com a natureza e o divino, foi demonizada e associada ao diabo e à heresia.

É nesse período que os termos se distorcem, pois tudo que se remete a cultuar a natureza, magia e derivados era considerado crime, culto ao diabo. E escolherem uma palavra: bruxas/bruxaria como forma de acusação. Mais à frente o sentido etimológico.

Curiosamente, a “caça às bruxas” não foi um fenômeno exclusivo da Idade Média, mas sim um evento que atingiu seu auge nos séculos XVI e XVII, com perseguições em lugares como Salem, nos Estados Unidos, e até no Brasil colonial, embora em menor escala.

Compreendendo as Origens da Bruxaria

Ao longo dos séculos, inúmeras denominações foram empregadas para descrever aqueles que mantinham conexão com o plano espiritual e dominavam a arte dos encantamentos: Bruxaria, Feitiçaria, Magia, Arte Antiga, Caminho Oculto, entre tantos outros nomes que atravessaram culturas e idiomas. Esses títulos, ora carregados de preconceito, ora de reverência, buscavam identificar indivíduos que transitavam entre o visível e o invisível, manipulando energias para alcançar os mais distintos objetivos.

Entender minimamente a trajetória histórica desse caminho espiritual torna-se fundamental por diversas razões. Primeiro, para evitarmos perpetuar narrativas discriminatórias e historicamente imprecisas. Segundo, para não seguirmos cegamente uma tradição sem compreender suas raízes e transformações ao longo do tempo. Terceiro, para nos afastarmos da postura inquisitorial de quem acredita possuir a única verdade sobre o que constitui a bruxaria genuína.

Nossa busca vai além: almejamos reconhecer e valorizar as múltiplas manifestações da bruxaria que emergiram em diferentes períodos e contextos da jornada humana. O saber, para nós, possui caráter sagrado, motivando-nos a expandir constantemente nossa compreensão sobre os elementos que fundamentam nossa espiritualidade e prática mágica. Este panorama visa demonstrar como a evolução conceitual e histórica da bruxaria influencia diretamente nossa vivência contemporânea como praticantes wiccanos e bruxos modernos, evidenciando a importância desse debate logo nos primeiros passos da aprendizagem.

Raízes Linguísticas do Termo

No idioma português, os termos “bruxaria” e “bruxa” apresentam natureza abrangente. Suas origens remontam à Era Antiga (aproximadamente século III antes da Era Comum) na região da Península Ibérica, território que hoje abriga Portugal e Espanha. Linguisticamente, essas palavras possuem raízes pré-latinas, significando que não derivam do latim, compartilhando essa característica com outros vocábulos como “cama”, “morro”, “sarna” e “bezerro”.

Durante o período medieval (séculos VI a XV da Era Comum), o conceito de bruxaria passou a englobar especificamente as práticas mágicas realizadas por pessoas supostamente vinculadas ao demônio cristão, que empregavam encantamentos para perturbar a ordem natural estabelecida pela divindade.

Perspectivas Interpretativas

O historiador norte-americano Jeffrey Burton Russell identifica três abordagens principais para compreender a bruxaria e o papel da bruxa:

A perspectiva antropológica equipara bruxaria à feitiçaria de modo geral, tratando-as como sinônimos dentro do contexto das práticas mágicas universais.

A perspectiva histórica fundamenta-se em documentação escrita para caracterizar qualquer manifestação de bruxaria como atividade associada à adoração diabólica, refletindo principalmente a visão construída durante o período de perseguições.

A perspectiva contemporânea apresenta a bruxaria como expressão religiosa pagã ou neopagã, interpretação frequentemente defendida por praticantes wiccanos e bruxos modernos que reivindicam continuidade ou reconstrução de tradições ancestrais.

 

História da bruxaria

O que não é ser uma bruxa? Baseado no Livro História da Bruxaria 

Confusões conceituais:

  • Bruxaria não é sinônimo de ocultismo (muitos bruxos rejeitam essa associação)
  • Não se limita a pessoas com poderes psíquicos
  • Não é equivalente ao vodu (que, na verdade, busca proteção contra bruxaria)
  • Curandeiros combatem bruxaria malévola, não a praticam

Mitos históricos desmentidos:

  • Bruxaria não é universal e idêntica em todas as culturas
  • A missa negra não faz parte da tradição bruxa (pertence ao satanismo)
  • Grandes perseguições ocorreram na Renascença e Reforma, não na Idade Média
  • Praticantes não eram exclusivamente mulheres velhas (incluía homens, jovens e até crianças)
  • A Inquisição não foi a única responsável pelas perseguições (autoridades civis locais também participaram ativamente)

O texto enfatiza a necessidade de diferenciar bruxaria moderna (Wicca) de outras práticas esotéricas e de compreender as variações culturais e históricas do fenômeno.

Bruxa

A Etimologia da Palavra “Bruxa” e Termos Relacionados

Raízes linguísticas:

  • Deriva do inglês antigo: wicca (bruxo, masculino) e wicce (bruxa, feminino)
  • Ambos provêm do verbo wiccian (“lançar um feitiço” ou “fazer um encantamento”)
  • Mito desmentido: Não tem origem celta nem relação com witan (“saber”)
  • A explicação de que witchcraft significa “arte dos sábios” é completamente falsa

Evolução histórica:

  • Século IX: wicca significava “feiticeiro”
  • Durante as perseguições: tornou-se sinônimo de maleficus (latim), designando adoradores do diabo
  • O termo passou a englobar camponeses e praticantes de paganismo de modo geral

Outros Termos e Suas Distinções

Wizard (Feiticeiro/Mago):

  • Séculos XVI-XVII: designava um “alto mago” por ser mais litúrgico e também elitizado.
  • Somente após 1825 foi usado raramente como sinônimo de “bruxo”

Sorcerer (Feiticeiro):

  • Do francês sorcier, do latim vulgar sortiarius (“adivinho”)
  • Introduzido no inglês nos séculos XIV-XV
  • Termo ambivalente: refere-se tanto à feitiçaria simples quanto à bruxaria diabólica

Magician (Mago):

  • Do latim magia, do grego mageia
  • Magos originalmente designava sacerdotes-astrólogos iranianos
  • “Alta magia”: sistema intelectual sofisticado e elitizado, distinto das práticas “rudes” da feitiçaria
  • Tradição separada da bruxaria, raramente acusados simultaneamente durante as perseguições

Distinções Importantes

  • Magia vs. Bruxaria: São tradições distintas e historicamente separadas, embora a bruxaria compartilhe a visão mágica de mundo (relacionamentos ocultos entre elementos do cosmos).
  • Perspectiva antropológica: Alguns antropólogos não distinguem feitiçaria de bruxaria.
  • Foco das perseguições: Concentrou-se em reduzir todos os termos pagãos ao conceito unificado de “bruxaria diabólica”.
Bruxa

Qual é a diferença entre bruxa e feiticeira hoje?

Bruxa:

  • Origem: ligada a cultos, divindades, ciclos da natureza.
  • Essência: a bruxa não apenas faz magia, ela vive uma cosmovisão: rituais, culto a deuses, ancestralidade, conexão com a Terra. Outras características: poderes psíquicos, conhecimento de ervas, encantamentos, oráculos, talismãs, manipula elementos e energias da natureza.
  • Exemplo histórico: as mulheres associadas a Hécate ou Diana, as “feiticeiras noturnas” que voavam em bandos → mas em essência eram devotas, sacerdotisas pagãs que preservavam cultos antigos.
  • Imagem arquetípica: guardiã do conhecimento oculto, mulher liminar (entre mundos).

Feiticeira:

  • Origem: do latim facticius (feito, fabricado).
  • Essência: a feiticeira manipula técnicas e fórmulas mágicas — encantamentos, venenos, filtros de amor, talismãs, pode possuir poderes psíquicos e conhecimento de oráculos.
  • Diferença-chave: não precisa cultuar deuses ou viver dentro de uma tradição espiritual. Pode praticar de forma mais pragmática, “fazer por fazer”.
  • Exemplo histórico: Circe (na Odisseia) transforma homens em porcos → não porque cultua, mas porque domina a arte mágica.
  • Imagem arquetípica: magia prática, manipula energias, conhecedora de receitas e segredos ocultos.

Em resumo:

  • Bruxa → figura espiritual/religiosa, ligada a divindades, natureza e culto. Que também pratica feitiçaria.
  • Feiticeira → figura técnica, que manipula forças mágicas sem necessariamente ter culto ou devoção. Contata espíritos.

Você pode ver também afirmações como “toda bruxa pode ser feiticeira (porque conhece feitiços), mas nem toda feiticeira é bruxa (porque nem toda feiticeira cultua divindades, focam mais nas fórmulas mágicas e na comunicação com espíritos terrenos ou desencarnados). 

Mas não se engane, uma não é maior que a outra, não existe hierarquia. Cada uma tem seu respectivo lugar. 

África

Como “bruxaria” chega à África

A “bruxaria” como conceito europeu chega à África via colonização:

  • Missionários cristãos traduziram witchcraft para se referirem às práticas espirituais africanas que não batiam com a Bíblia.
  • A partir daí, a palavra “bruxa” ou “feiticeiro” (com conotação negativa) passa a ser usada para descrever os praticantes tradicionais.
  • Mas nas línguas africanas, o termo original é outro: àjé (iorubá), ndoki (banto), mulozi (zulu), etc.

Ou seja: o Candomblé não tem “bruxas” no sentido europeu. Ele tem Iyami, mães ancestrais do poder, e pessoas que praticam feitiçaria (ebós, encantamentos, trabalhos). A palavra “bruxa” é só uma distorção semântica, tudo que a Igreja Católica queria produzir para extinguir deuses pagãos, como devotos e praticantes de magia ou feitiçaria.

África de hoje e a visão de Bruxaria 

Na África contemporânea, a bruxaria é entendida de forma muito diferente da chamada “bruxaria” europeia. Para grande parte da população, ela não é metáfora ou folclore (como vista aqui no Brasil as bruxas, por exemplo, que se define como imaginário popular ou algo que não exista) mas uma força concreta capaz de curar ou destruir, razão pela qual há medo de ser “embruxado” e, ao mesmo tempo, procura-se por proteção ritual junto a feiticeiros, curandeiros e adivinhos. Em países como Angola, Nigéria e Gana, a crença é tão forte que até no futebol existem regras que proíbem o uso de feitiços em campo, refletindo o quanto a magia é percebida como real no cotidiano.

No Brasil: a tradução “bruxa” em Tradições Africanas

Quando missionários católicos e cronistas coloniais chegaram aqui, eles precisavam traduzir práticas africanas e indígenas para categorias que já conheciam. Como na Europa o termo “bruxa” já significava mulher que pratica feitiçaria/arte proibida, o mesmo rótulo foi jogado sobre:

  • as Iyami Àjé (mães do poder feminino, nos iorubás), o que pode descrever em tese o motivo de associação com bruxas hoje em dia;
  • os feiticeiros e curandeiros africanos;
  • até sobre práticas indígenas de xamanismo.

Só que isso é uma traição etimológica: “bruxa” é um termo europeu, que ganhou ressignificação com a Wicca ou Bruxaria Moderna. As Iyami não têm nada disso — são uma outra cosmologia.

Então, sim: aqui no Brasil, há uma substituição reducionista. O que era “mãe do poder feminino” virou “bruxa”. Porque quando se usa “bruxa” para falar das Iyami ou de práticas africanas, acontece uma tradução que encolhe:

  • A Iyami não é só “mulher que faz magia” → é mãe ancestral, poder feminino cósmico, guardiã da fertilidade e da destruição ligada a divindade Olodumare.
  • A palavra “bruxa” no português já vem com uma bagagem histórica europeia, e quando aplicada ao contexto africano, perde-se o contexto histórico original. Essa redução é a intenção de marginalizar já com a Igreja Católica. 
Wicca

A bruxa moderna e a ressignificação do termo

Em meados do século XX, em 1950, com a revogação das últimas leis de perseguição à bruxaria na Inglaterra, surge a Wicca, uma religião neopagã que se baseia nas antigas tradições europeias, como o xamanismo celta e germânico. A bruxaria moderna, ou Wicca, não tem relação com o diabo, mas sim com a reverência à natureza, personificada na “Grande Mãe”, e a prática da magia para fins benéficos.

Nesse contexto, a bruxa moderna é vista como alguém que segue um caminho espiritual, honra a natureza e pratica rituais e feitiços. A religião é praticada por wiccanos, que podem atuar de forma solitária ou em grupos (covens), mas sempre mantendo a mesma base filosófica. A bruxaria, hoje, não é mais um tabu, mas uma religião crescente, sendo reconhecida por diversas instituições, inclusive nos Estados Unidos.

É uma religião que busca reconectar as pessoas com a sabedoria ancestral e com o sagrado feminino, subvertendo o estigma que a bruxa carregou por séculos.

Símbolo de poder: A bruxa moderna tornou-se um símbolo de autonomia, resistência e empoderamento feminino. Ela não apenas pratica magia, mas também honra as bruxas que foram queimadas na inquisição, a herança de suas ancestrais, como as sacerdotisas e feiticeiras da antiguidade.

Ela representa o elo perdido entre a magia como uma prática sagrada e aceita socialmente e o estigma imposto pela perseguição histórica. A bruxa moderna resgata a legitimidade de seu papel e seu poder.

Bruxas e feiticeiras

E com relação a Bruxa Natural?

Bruxaria natural é a magia natural, quando você utiliza de técnicas, magia simpática com a chuva, vento, tempestade, árvores, elementos, ervas, cristais, fases da lua, magias, feitiços e encantamentos. Existem pessoas que escolhem adorar divindades, no entanto, pegam a liturgia e estruturação da Wicca e falam que não tem religião, mas na verdade estão adequando como quer, até abrem círculo como a Wicca, uma das principais etapas no início de um ritual.

Falo isso pois já pratiquei a Bruxaria Natural, e quando quis fundamentar, saber história e coisas mais embasadas, cheguei na Wicca, e precisei ler sobre a Wicca, história, tradições e tudo, e vi que eu praticava Wicca solitária na verdade. Então, fica a dica, vocês podem estudar as divindades separadamente na cultura e origem da deusa ou deus, algo que Wiccanianos já fazem mas dentro da própria liturgia. 

Vocês podem estudar o culto original e aplicar na bruxaria natural(ervas, fases da lua, magias e cristais) para fazer poções e feitiços. Caso escolham cultuar divindades. A verdade é que aqui no Brasil, a Wicca (Bruxaria ou Witchcraft) chega como bruxaria e magia também, não havia diferenciação lá nos anos 2000.

As práticas que se vêem na internet seguidas de abertura de círculo, invocação, ervas correspondentes, fases da lua, Roda do ano, Sabbats, Esbaths, criação de feitiços, os 4 elementos, símbolos como pentagrama/triskele, divindades e panteões e etc., são práticas de uma bruxa(o) solitária (bruxas wiccanianas que não pertencem a covens) que normalmente são práticas já presentes nos livros de Buckland que foi quem deu partida a prática da Wicca solitária para Bruxos solitários e Scott Cuningham que fala sobre isso e magia natural também. Ambos autores eram praticantes wiccanianos, Buckland era iniciado na Wicca e Cunningham era não-iniciado.

A Magia Natural é um conjunto de práticas de magia simpática e correspondências mágicas. Veio de uma iniciativa de Scott Cunningham em seu livro Técnicas de Magia Natural, que é um livro sem ligação com a religião Wicca, e sim com objetivo de se conectar às energias da natureza sem culto à divindades. A Bruxaria Natural na verdade é só mais um nome que acaba muitas vezes confundindo praticantes, mas em suma são técnicas de magia natural para praticantes de magia. Não existe diferença, ao menos, não deveria existir. 

Todo mundo se nomeia bruxa! 

Hoje todo mundo está se nomeando bruxa,  o que acaba com todo o significado da palavra pois virou qualquer coisa. As pessoas se nomeiam assim sem nem sequer entender o por quê, a história e todos os aspectos importantes por trás. Virou filosofia de vida se nomear bruxa, mas toda filosofia tem história e fundamento.

Na Bruxaria Natural (Magia Natural) existem as pessoas que se identificam com o termo Bruxa natural, e está tudo bem, desde que pratiquem a magia natural como seu sistema mágico em conjunto com as criações de feitiços, encantamentos e etc. Afinal, se você não participa de uma religião, não faz sentido pegar a estrutura e liturgia de uma, certo? E é isso que fazem na Bruxaria Natural hoje em dia.

Existem expressões e palavras em culturas antigas como a grega, celta, romana, mesopotâmica que definem o significado de bruxa também como feiticeira, sendo sinônimos. Então, você também pode ver pessoas dizendo hoje em dia que são bruxas por que praticam magia ou feitiçaria, cultua alguma divindade ou não. Vão ter pessoas concordando e discordando disso. Normal, cada um tem sua visão.

É possível que você encontre também diversas correntes de bruxaria, como bruxaria eclética, bruxaria luciferiana. Nenhuma delas é uma religião, portanto verifique sempre a base e a fundamentação, pergunte sobre a origem dessa corrente espiritual, se nomeiam como tradição, quem é o iniciador? E quem foi antes dele? Questionem! 

Existe uma confusão enorme de termos hoje em dia, portanto, procurem sempre sobre a origem daquilo que você segue ou pratica. Então, o que é ser bruxa para você? E por que você é uma bruxa?

O que você achou? Comenta aqui se você concorda!

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Bibliografia sugerida

  • ABIMBOLA, Wande. Ifá: An Exposition of Ifá Literary Corpus. Ibadan: Oxford University Press, 1976.
  • JOHNSON, Samuel. The History of the Yorubas: From the Earliest Times to the Beginning of the British Protectorate. London: Routledge, 1921 [1897].
  • RUSSELL, Jeffrey Burton. A História da Bruxaria. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.
  • ROBBINS, Rossell Hope. The Encyclopedia of Witchcraft and Demonology. New York: Crown Publishers, 1959.
  • WASHINGTON, Teresa N. Our Mothers, Our Powers, Our Texts: Manifestations of Àjé in Africana Literature. Bloomington: Indiana University Press, 2005.
  • LEVACK, Brian P. The Witch-Hunt in Early Modern Europe. London: Pearson, 2016 [1987].
  • HUTTON, Ronald. The Witch: A History of Fear, from Ancient Times to the Present. New Haven: Yale University Press, 2017.

Fontes online

1 comentário em “A Origem da Bruxa: História, Cultura e Modernidade”

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